1. O contexto
Sobejamente conhecido e amplamente caracterizado: A CRISE! De tudo e mais alguma coisa, que uma crise nunca vem só. Crise económica. Crise social. Crise demográfica. Crise ambiental. Crise de emprego. Crise de valores. De objetivos. De sonhos. De horizontes. De ação. De reação. De criação…
A crise propaga-se rapidamente. Tem um efeito viral que faz com que alastre velozmente a ideia de que nada de positivo está a acontecer, de que há muito pouco que possamos fazer para melhorar as circunstâncias. O estado de desesperança começa a dominar. O ar torna-se rarefeito. Fica difícil res pi rar…
2. As opções
Perante um estado de crise generalizada existem, basicamente, duas opções:
i. Aceitar o fado, a inevitabilidade das circunstâncias
ii. Assumir a liderança do nosso destino
A primeira não será muito difícil. Basta nada fazer e esperar que, na melhor das hipóteses, também nada aconteça. E reclamar. Reclamar muito. Porque sabemos que as coisas vão mal. Não vale é a pena tentar mudá-las. Porque… não adianta… não há condições para a mudança. Talvez passemos incólumes por entre os pingos da chuva…
A segunda opção exige um pouco mais de trabalho. Primeiro é preciso pensar. Olhar à nossa volta. Mudar de perspetiva. Desinstalarmo-nos. Procurar oportunidades.
Depois é preciso traçar um caminho. Muitas vezes não linear. Nem sempre claro. Por vezes até um pouco assustador. Mas imensamente desejado e desafiador, porque promissor de um melhor porvir.
Por fim, será necessário assumir uma atitude de liderança positiva e… agir. Com convicção. Com determinação. E por vezes navegar “sem o mapa que fazemos”…
3. Os pressupostos
i. Uma crise encerra em si mesma uma dupla dimensão de ameaça e oportunidade. O modo como a perspetivamos determina, em grande parte, o seu desfecho;
ii. Os grandes avanços fazem-se a partir dos momentos de crise, de rutura. A necessidade de reagir para sobreviver faz-nos desenvolver características adaptativas a novos contextos;
iii. Pessoas positivas, interações positivas e culturas de trabalho positivas fomentam resultados positivos;
iv. Os bons líderes são otimistas por natureza.
4. A mudança desejada (e possível)
Sair da crise (ou das várias crises) implica uma mudança de paradigma. Implica passar do paradigma da resignação para o paradigma do otimismo.
O paradigma do otimismo, por sua vez, pressupõe a existência de lideranças otimistas, centradas nos fatores positivos das pessoas, das organizações, dos contextos. Lideranças catalisadoras de energias e sinergias, centradas na criação das condições para que todos possam prosperar. Lideranças focadas na vertente positiva das situações mais adversas, na resolução de problemas. Lideranças inspiradoras, construtoras da “arte da possibilidade”. Lideranças que nos devolvam o oxigénio, que nos ajudem a respirar por entre o bafio dos tempos.
Ilídia Vieira